terça-feira, 17 de maio de 2016

Crise econômica afeta universitários em Mato Grosso

Alunos da Unemat de Alto Araguaia reclamam que a queda do PIB e inflação têm prejudicado seus desempenhos em sala de aula

Crise assusta estudantes em Alto Araguaia
Em Alto Araguaia cidade a 417km de Cuiabá, os estudantes que nasceram e os que se mudaram de outras regiões do Brasil para estudar no município estão reclamando da crise política e econômica que o país está enfrentando desde o ano passado. Segundo eles, a crise é um fato real e pode atrapalhar inclusive no desempenho educacional.
A discente de jornalismo, Karoline Benicio Gonçalves, 20, reclama da constante mudança de preços dos produtos básicos para sua alimentação nos supermercados.
Sua renda é referente à bolsa de formação de células cooperativas – FOCCO da universidade. A jovem afirma que quando se mudou para a cidade, cerca de um ano e meio, não passava por dificuldades financeiras. “Hoje, uma simples ida ao mercado mostra que a situação está cada vez mais preocupante, já que o mesmo dinheiro que pagava quase toda sua compra do mês, agora só dá para três sacolas de produtos”, salienta a futura Jornalista.
A estudante de Ciência da Computação, Naiara Borges David, 20, acredita que a crise tão falada e noticiada, afeta de empresas a universitários. “Experiências do dia a dia mostram isso. Está muito complicado sobreviver, sobretudo porque não tenho emprego fixo”, disse.
Para tentar superar o atual momento, a aluna do 3° semestre até começou a vender lanche natural no campus. “Meses depois, infelizmente, tive que parar, pois não estava dando retorno. Nesses dias, ser autônoma e ser sustentar ao mesmo tempo em que estuda anda difícil. Além disso, não há criatividade empreendedora que resista”, lamenta.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2015, o Brasil, teve queda de 3,8% no Produto Interno Bruto (PIB), que representa a soma, em valores monetários, de todos os bens e serviços finais produzido pelo país. O resultado, conforme relatório do instituto, é o pior da série histórica das Contas Nacionais , iniciada em 1996.
E as análises não são nada animadoras. Conforme a percepção de economistas do mercado financeiro ouvidos pelo Banco Central (BC), a economia brasileira vai demorar para se recuperar. O mercado vê o dólar em torno de R$ 4 até 2019.
Ainda segundo pesquisa do BC com mais de 100 instituições financeiras, o PIB de 2016 terá retração de 1,20%. A previsão é de um retorno ao campo positivo somente em 2017 (+1%), avançando para 2% de alta em 2018. “Esperamos que todo esse cenário se modifique. Não queremos sair prejudicados academicamente. Além de viver dignamente, queremos produzir pesquisas e voltar a ter disposição para estudar”, finaliza Karoline Benicio.

Kaio Henrique

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