sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Ultima etapa da Identificação do Queijo Cabacinha foi realizada em Alto Araguaia

 Da redação: Ana Clara de Souza

Produtores do queijo e analistas do Sebrae se reúnem mais uma vez para discutir os próximos caminhos do Queijo Cabacinha. Foto: Ana Clara de Souza 


                O município de Alto Araguaia (415km de Cuiabá),  sediou o último ciclo de reuniões sobre a Indicação Geográfica (IG) do Queijo Cabacinha, o evento ocorreu no dia (5), na comunidade Água Emendada, zona rural do município e foi organizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas (Sebrae-MT), com apoio da Prefeitura Municipal.
                A principal razão da reunião é dar prosseguimento ao diagnóstico que começou em Mineiros e Santa Rita do Araguaia (GO) a respeito da Identificação Geográfica do queijo cabacinha na região do Alto Araguaia.  O IG confere qualidade, credibilidade e autenticidade ao produto da região que, se registrado, passa a ser reconhecido nacionalmente e assegura proteção jurídica em relação ao nome geográfico.
                Nas orientações, os produtores tiraram dúvidas sobre as vantagens e novos desafios caso seja aprovada a Indicação do Queijo. O Sebrae promove este tipo de ação para ajudar os micro empreendedores a administrar a produção e a nova demanda. O intuito, é que não haja queda na qualidade e quantidade do produto, bem como na arrecadação do município, gerada pela produção do queijo.  
Para o produtor, Tiago Fraga Brun, 30 anos, a expectativa é grande em relação aos benefícios da indicação. “A nossa produção é de aproximadamente 15 queijos diários, pelo que eu pude entender aqui com as explicações, ganhando identidade, selo e padronização, o nosso lucro e produtividade podem ser bem maiores”, comenta Tiago.
 Já para a região, o título proporciona benefícios em relação ao desenvolvimento financeiro e social. Valoriza os produtores locais, gera emprego e agrega notoriedade ao patrimônio. Esta exposição pode ter resultados também em setores como turismo, sustentabilidade e preservação ao meio ambiente.
                O analista do Sebrae de Goiás, João Luis Prestes Rabelo, 37 anos, que esteve presente nas orientações, explica que o próximo passo é fazer um diagnóstico de dados. Levantamentos de onde estão os produtores, quanto produzem, como é feito o processo de fabricação, quantidade produzida por dia e por semana, pontos de venda, perfil dos produtores e o histórico do queijo será realizado. “Após fazermos o levantamento, será elaborado um plano de ação a partir de uma cooperativa que está encabeçando este processo”, pontua o analista. O período estimado para que haja todas as mudanças é de três há quatro anos.
                De acordo com o Sebrae, este produto já é diferenciado e possui muita procura e isso ainda sem realizar ações de marketing. “Agora, o que temos que fazer é reconhecer o que já é feito. Se já é um produto tão famoso, imagina quando começarmos a divulgar, levar para feira, exposição, rodadas de negócios. Expandiremos ainda mais o nome e fama do Queijo Cabacinha”, finaliza.
                Ao todo, foram quatro encontros nos últimos meses que reuniu produtores, representantes dos municípios vizinhos, sindicatos, cooperativas, e outras entidades. No Brasil, há apenas 55 Indicações Geográficas, este título confere qualidade e procedência ao produto da região. Além de criar um diferencial ao queijo, assegura proteção jurídica em relação ao nome geográfico, variedades e imagem aos produtores.
                Durante o encontro, os participantes traçaram metas e se dividiram em grupos para apresentar um plano de trabalho que inclui o histórico do queijo e saber qual município vai aderir ao IG. O nome da região será definido após a participação e indicação dos municípios. Uma nova reunião será marcada para o ano que vem.

Um pouco da produção foi levada para a reunião como forma de degustação.
Foto: Ana Clara de Souza.
INDICAÇÃO GEOGRÁFICA DO QUEIJO CABACINHA

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, desenvolve na região o processo para registro de Indicação Geográfica para produtos agrícolas que possuem notoriedade, tradição e qualidade. Em 2012 os técnicos do Ministério da Agricultura realizaram reunião no município de Mineiros - GO e constaram que o queijo cabacinha possui destaque na região. A partir de então iniciaram ações para conhecer e identificar o potencial do queijo cabacinha.

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

A luta dos protetores de animais em Alto Araguaia

Por: Sérgio Silva
Nos últimos meses a internet se chocou com a notícia da invasão em um canil certificado em Osasco, na Grande São Paulo.  A Ativista Luísa Mell, conhecida por ser protetora de animais junto com sua ONG recebeu a denúncia em um vídeo onde mostra cães sento torturados com pedaços de cabos de vassoura. Após a denúncia, Luísa, junto com a Delegacia de Polícia de Investigações do Meio Ambiente de Osasco (DIICMA). Veterinários, voluntários e agentes da delegacia invadiram o local do canil.


                                                                     Luísa, mostra o estado em que estava um dos cães resgatados.

Na operação foram resgatados 135 cães de diversas raças que estavam sendo explorados para a reprodução e venda de filhotes, outros nove foram encontrados mortos em sacos plásticos no lixo da residência. Em sua conta oficial no Instagram, Luísa Mell publicou vídeos da operação e de como os animais foram encontrados. Um deles tinha o maxilar quebrado e muitos estavam com os pelos completamente embolados e sujos. Nas filmagens, é possível ver também uma cadela com problemas nas patas traseiras se arrastando pelo corredor repleto de fezes. Os 135 cães foram resgatados e encaminhados para o Instituto Luísa Mell, onde receberão atendimento veterinário e ficarão abrigados até que estejam disponíveis para adoção.  Através do Instagram Luísa também pediu apoio financeiro aos internautas para custear as despesas médicas dos cães.


Atitudes como a da ativista tem se tornando cada dia mais frequente. Em Alto Araguaia, MT, pessoas estão se unindo para ajudar os animais que são abandonados nas ruas, dando comida, água e até mesmo abrigo. Bruna Couto, 20 anos, é uma das ativistas que protege esses animais, espalhou diversos potes de ração e água em pontos estratégicos da cidade, a ideia é de levar alimentação para esses animais. “Comecei por conta própria, colocando ração em potes pelas ruas da cidade, ia todos os dias a pé para alimentá-los, postei no Facebook, consegui 3 pessoas que me ajudaram com doação, eu não trabalho para conseguir manter sozinha esse projeto, então tive a ideia de fazer uma rifa todo mês”.



Animais alimentados por Bruna nas ruas da cidade

Saúde
Depressão: O mal do século
Da reportagem: Lindéia David
Ao contrário do que a maioria das pessoas imagina a depressão não tem um rosto com o qual possa ser identificado ou ainda um comportamento ou características especificas que não deixe nenhum tipo de dúvida que há de fato algo com a pessoa.

A doença afeta 4,4% da população mundial e 5,8% dos brasileiros, segundo dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O Brasil é o país com maior característica de ansiedade no mundo: 9,3%. Cerca de 11,5 milhões de brasileiros sofrem com depressão.
Figura 1 a depressão não tem rosto com o qual possa ser identificada

Alto Araguaia hoje, conta com uma população de 18.164 mil habitantes e estima se que pelo menos 1.200 pessoas sofrem com a doença, uma média de 7% no total, este número refere-se que mais de 90% dos casos são relacionados a mulheres.
A depressão foi considerada pela (OMS) como o "mal do século XXI". Doença silenciosa, ela ainda é incompreendida inclusive por quem sofre do problema. Há quem considere, por exemplo, que é uma doença de rico, ou que se trata de frescura. A verdade é que a depressão pode atingir pessoas de qualquer idade, qualquer lugar e qualquer classe social, famosos e anônimos.
Segundo a Dra. Rita Aparecida Barbosa que atua na área de psicologia há 24 anos, a maioria de seus pacientes apresentam transtornos como a depressão. A depressão ou transtorno depressivo que é uma doença psíquica que afeta o sistema nervoso central, alterando o humor e a maneira da pessoa lidar com sentimentos diversos relativos à afetividade. O paciente pode apresentar pequenos sintomas iniciais como: insônia, tristeza, ansiedade e crises de choro. A depressão é uma doença que requer ajuda especializada de um profissional. “A maior parte dessas vítimas são mulheres que, na maioria das vezes apresentam distúrbios emocionais, como relacionamentos mal estruturados, traumas ocorridos durante a infância ou adolescência, problemas em ambiente de trabalho, e vários outros fatores que acabam acarretando ao longo da vivência de cada ser humano”, esclarece a psicóloga.

Em casos mais graves de depressão, algumas pessoas perdem o emprego, abandonam os estudos e se excluem de seu círculo social. O tratamento da depressão consiste na combinação de antidepressivos e psicoterapia, um trabalho feito em parceria entre um psiquiatra e um psicólogo.
Figura 2 os medicamentos só podem ser adquiridos com receita médica em mãos
Para a Auxiliar de Serviços Gerais, M.L.C de 47 anos, que foi diagnosticada com a doença há mais de dois anos, os problemas começaram a se agravar quando começou a sentir, tristeza, pessimismo, baixa autoestima, desânimo e pensamentos suicidas, que só melhoraram quando decidiu procurar ajuda médica e começar um tratamento através de remédios controlados e terapias. Para ela, é uma angústia terrível, se sente incapaz de fazer qualquer coisa, muitas vezes tem a sensação que ninguém gosta dela e se sente sufocada em qualquer lugar que esteja. Para quem antes tomava três banhos por dia, hoje sente dificuldades em tomar apenas um. “Imagina uma pessoa ter que tomar medicação todos os dias para conseguir se levantar e ficar de pé, não tem explicação eu prefiro me isolar de todos, e não estou assim porque quero “socorro meu Deus”, muita gente nem sabe o que eu passo por isso, é angustiante assumir que tenho depressão pois tenho muito medo de ser julgada”, comenta.


Silvio Cezar Godoy mostra a importância do cultivo de horta orgânica para a saúde da população da região araguaiense

Por Letícia Ayumi Yamasaki

Horta de alface próxima ao Saneago. Foto: Maiza Borges.

Ao seguir os passos do pai, Silvio Cezar Godoy, nascido em casa, numa fazenda entre as cidades de Guzolândia e Auriflama (SP), também é um produtor rural. Após trabalhar como pedreiro, operador de máquinas de colher cana-de-açúcar, operador de trator e pecuarista, descobriu que o que gosta mesmo de fazer é cultivar hortaliças. Hoje, com 45 anos, possui duas hortas no município de Santa Rita do Araguaia (GO), uma localizada próxima ao Saneago (Empresa de Saneamento) e a outra, perto do Terminal Rodoviário Vale do Araguaia, em que a terra, segundo Silvio, é melhor. 

O produtor rural trabalha há 16 anos com horta no estado de Goiás e acredita que o emprego com carteira assinada já não compensa. Ele lucra mais com o cultivo de verduras e legumes, que depende principalmente da própria mão de obra. Silvio relata também que a única coisa química que utiliza nas plantas é o adubo, que é misturado com a terra.

Silvio fala sobre os tipos de alface que planta. Foto: Maiza Borges.

Godoy cultiva aproximadamente 45 mil pés de alfaces por ano somente na horta perto do Saneago, onde cada plantação demora de 55 a 60 dias para ficar pronta para comer. As hortaliças que ele planta são: alface americana e crespa (de duas espécies - Mônica e Grande Rápida), couve, rúcula, cheiro-verde, abobrinha, pepino e pimenta. Para ele, o importante é não prejudicar a saúde da população, pensando nos consumidores dos alimentos.

Mudas de alface plantadas há cerca de 15 dias. Foto: Maiza Borges.

Segundo Silvio, a forma que cultiva as hortaliças foi ensinada pelo seu pai e pelo programa Globo Rural (da TV Globo) nas manhãs de domingo. “Você assiste a explicação igual na escola, tem que pegar desde o começo para entender bem, e vai aprendendo”, conta Godoy.

Sementes de alface germinadas há uma semana nos recipientes de isopor. Foto: Maiza Borges.

O cultivador de hortaliças não sabia da existência do Fórum de Luta Contra os Impactos dos Agrotóxicos na Região Sul do Mato Grosso e nem que os pesquisadores Wanderley Pignati e Jackson Barbosa estiveram em Alto Araguaia (MT) no começo de abril deste ano para falar do assunto na vizinha Alto Araguaia (MT). Porém, acha importante esse tipo de inciativa. Citou um exemplo da época que trabalhava no estado de São Paulo com uvas, em que as pessoas se alimentavam e sabiam do veneno presente nas frutas. “Mesmo com o passar dos dias o agrotóxico não saiu completamente, pois é absorvido pela planta”, explica. 

Silvio relata no áudio disponível no link abaixo, como começou a trabalhar com o cultivo de hortaliças em Santa Rita do Araguaia Goiás. 

https://soundcloud.com/user-348032108/horta-organica-silvio-godoy

Realidade da cuidadora dos animais Antônia

Dona Antônia brinca com sua cadela Diana, 
expressando amor em seu olhar
FOTO: Maiza Borges

Por: Maiza Borges

Antônia Carvalho de Souza, de 70 anos, conhecida como “Tonha Caminhoneira” reside nas duas pistas próximo ao Oliveira Gás, em Santa Rita do Araguaia (GO). Hoje em dia, ela recebe um auxílio doença do governo, que contribui para a sua sobrevivência e dos animais que cuida, 14 cachorros e 2 gatos. Há 24 anos, através de promessas religiosas, a mulher garante que criou cerca de 700 cães e gatos até agora.

Tonha é lembrada pelos moradores de Alto Araguaia (MT) e Santa Rita do Araguaia, por sempre andar pelas ruas com sua bicicleta carregada de alimentos ou dos bichos que encontra no caminho. Ela afirma que recebe ajuda de algumas pessoas que doam saco de rações e comércios no qual garante leite e carnes para os animais. 


Esses são alguns dos seus animais 
que passam por seus cuidados 
e fazem parte de sua família. FOTO: Maiza Borges


No Brasil encontra-se cerca de 30 milhões de animais abandonados nas ruas. Nas cidades de Alto Araguaia-MT e Santa Rita do Araguaia-GO, A dificuldade encontrada para realização das atividades voluntárias são imensas. Isso porque não possui ajuda da gestão pública, Dona Antônia acredita que se cada um fizer sua parte a situação pode mudar.