sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Reforma da Previdência assusta estudantes

PEC 287
Reforma da Previdência assusta estudantes
Investir o tempo em mestrado e doutorado pode atrasar entrada no mercado de trabalho

Fábio Pires
DA REPORTAGEM

A proposta de Reforma da Previdência apresentada pelo governo de Michel Temer (PMDB), e aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça pela Câmara dos Deputados, tem causado polêmica entre estudantes que pretendem investir o tempo no mestrado e doutorado.  A PEC287 Não houve votações no plenário da Câmara e nem do Senado. Isso deve ocorrer no primeiro semestre de 2017.


A proposta é uma das principais apostas do governo, que a justifica como uma tentativa de reequilibrar as contas públicas. A União estima que a reforma garanta uma economia de aproximadamente R$ 740 bilhões em dez anos, entre 2018 e 2027.

Sobre as questões legais a idade mínima para se aposentar passa a ser de 65 anos para homens e mulheres, incluindo professores, com exceção de militares. Já o tempode contribuição passa de 15 anos para 25 anos.

Para homens com mais de 50 anos e para mulheres com 45 anos ou mais, o governo irá criar regras de transição. Quem entrar na regra terá pedágio: vai trabalhar 50% mais tempo para poder se aposentar. 


De acordo com o advogado e professor doutor da Unemat/Alto Araguaia, Everton Neves, faz críticas à atual proposta. Segundo ele “essa proposta foi feita para agradar uma parcela minoritária da sociedade. A maioria da população vai contribuir e não usufruir da aposentadoria. Quarenta e nove anos de contribuição é abusivo”, afirma.

A professora Cleu Velasco David, 29 anos, moradora de Alto Araguaia (MT) é formada em Letras pela Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat)/campus de Alto Araguaia há mais de três anos. Hoje professora de língua portuguesa no colégio Objetivo de Alto Araguaia (MT), teme as mudanças. A profissional que pretende avançar na carreira e na remuneração, se dedicando a uma pós-graduação na área da educação, mas agora teme os efeitos da Reforma da Previdência.


“O meu receio em afastar-me do mercado de trabalho e me dedicar exclusivamente ao mestrado é que durante os dois anos na pós-graduação, deixarei de contribuir para a Previdência e isso me afetaria lá na frente”, afirma. 

Gean Lobo, de 23 anos, pretende emendar o doutorado assim que concluir, em 2017, seu mestrado em Gestão de Negócios. Terminará os estudos sem 2021, quando tiver 28 anos, e terá de contribuir até os 77 anos se quiser receber o teto da aposentadoria, mas a mudança de regras não o preocupa. “Com o doutorado, terei remuneração melhor e uma carreira mais estável, dando aula em universidades. Pretendo fazer projetos de consultoria, o que aumentará minha renda. Já tenho previdência privada e não pretendo depender só do INSS”, diz ele, que começou a dar aulas no ensino médio em 2016.



Para a professora pós-doutora da Unemat de Alto Araguaia, Rosely Aparecida Romanelli, é de “extrema importância” a dedicação exclusiva no mestrado e no doutorado. Segundo a docente, “permite que o pesquisador se dedique mais às leituras, à coleta de dados e análise do material, concluindo um trabalho de melhor qualidade”, explica.


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