segunda-feira, 24 de julho de 2017

Internet: inteligência coletiva ou função capitalista?

* Por Karine Borges

https://www.google.com.br/search?q=fotos+de+cibercultura&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjDm7SZnKPVAhVDTJAKHcNVAW0Q_AUIBigB&biw=1440&bih=794#imgrc=4P7pe1TZex8nQM:
Imagem da internet
O artigo “A Sociedade em Rede e a Cibercultura: dialogando com o pensamento de Manuel Castells e de Pierre Lévy na era das novas tecnologias de comunicação”, escrito pela Jornalista Isabela de Araújo Garcia Simões, expõe as principais ideias de Castells e Lévy referente a rede mundial dos computadores e suas transformações no mundo da comunicação.




Antes de introduzir o trabalho cabe aqui algumas perguntas. Quem nunca ouviu falar em Manuel Castells e Pierre Levy na faculdade de Jornalismo? Ou nas obras a Sociedade em rede e Cibercultura desses mesmos autores? Seja qual for a sua resposta, este artigo é uma ótima oportunidade para você conhecer as principais ideias e estudos destes pesquisadores. O trabalho apresenta quatro tópicos, “introdução”, “as tecnologias de comunicação e a rede”, “aspectos socioeconômicos da rede” e por último, “o processo comunicativo”.

Inicialmente, o artigo já distingui nos primeiros parágrafos as visões dos estudiosos em relação as informações e a maneira como elas são processadas atualmente. Para Castells, no livro Sociedade em rede a internet, principal ferramenta comunicativa é uma mera apropriação do sistema capitalista. Por outro lado, Lévy na obra Cibercultura apresenta a internet como ambiente novo que promove interação por meio da realidade virtual.

No tópico “as tecnologias de comunicação e a rede”, Isabela intercala os pensamentos dos investigadores. Primeiro. Lévy sustenta que a revolução tecnológica, com a chegada dos computadores, desenvolveu o que ele denomina tecnologia intelectual, ou seja, a técnica também produz conhecimento. Depois, é apresentada a opinião de Castells em relação a instauração da internet na década de 70 e sua comercialização nos anos noventa. Para ele este veículo de comunicação veio para reformular o sistema capitalista. Para Castells a adaptação da sociedade às plataformas digitais é o que sustenta o mundo virtual, ao passo que Levy complementa dizendo que a internet é uma nova forma de produzir e disseminar cultura.

O tópico “aspectos socioeconômicos da rede” busca entender por meio dos estudos de Castells e Lévy esta nova sociedade que estabelece as formas de ser e agir em rede. O primeiro defende que o fator localidade é crucial na integração ou não à internet, destacando uma série de consequências que a adesão ao ambiente virtual traz para o mundo real, sobretudo na esfera econômica. Por sua vez, Levy, embora não foque o aspecto econômico da rede, também esclarece seu ponto de vista sobre o assunto, demonstrando que a rede mundial dos computadores enquanto inteligência coletiva passou a integrar o mundo empresarial. No entanto, segundo o autor, tal adaptação impossibilita a construção de ideias coletivas já que na maioria das vezes o setor econômico possui uma relação interna e fechada a um pequeno grupo.

Posteriormente, em “o processo comunicativo”, último item, o artigo relata a visão dos principais teóricos sobre o mundo cibernético, as mudanças que as inovações tecnológicas proporcionaram ao homem, como demonstram algumas proposições dos estudiosos neste sentido. Castells julga que nos tornamos uma extensão dos meios tecnológicos, pois a cultura é apenas uma reprodução e apropriação do mundo real. Lévy afirma que o exercício da democracia se dá graças a uso da técnica. Em outras palavras, a inteligência coletiva proporciona ao indivíduo maior participação, socialização, descompartimentalização e emancipação social.

Como foi exposto nas aulas de Comunicação e Cibercultura, a sociedade vive constantes transformações e as mesmas refletem nas esferas sociais, cultural, tecnológica, educacional, empresarial e assim por diante. Prova disso, é a rede que Lévy e Castells tanto falam no artigo, a Word Wide Web (www) que revolucionou e ainda continua modificando o espaço em que vivemos.

E como toda invenção, a ferramenta tem seus lados positivo e negativo, ao mesmo tempo em que a Internet pode unir milhares de pessoas e compartilhar conhecimentos e culturas, também pode ser uma arma na mão de internautas que não sabem fazer o uso correto da tecnologia.

Seguindo a lógica de Castells, a rede mundial dos computadores não se limitou apenas ao uso da inteligência coletiva, mas se adaptou muito bem as intenções capitalista. Não importa qual for a manifestação desta inovação, o importante é que ela facilita muitas atividades para o homem.

Esta publicação da jornalista Isabela de Araújo é voltado ao público acadêmico, principalmente, estudantes de Jornalismo e graduandos da Tecnologia da informação, como também Ciências da computação e outras denominações de cursos voltados para os estudos de softwares ou hardwares.

Isabella de Araújo Garcia Simões possui graduação em Jornalismo pela Universidade Federal da Paraíba (2004) e mestrado em Sociologia pela Universidade Federal da Paraíba (2007). Atuou em Assessoria de Comunicação (2005-2008) na área da saúde, além de ter experiência como repórter dos Diários Associados, no Jornal O Norte e no Portal O Norte Online.

Obra resenhada:
SIMÕES, Isabella de Araújo Garcia. A sociedade em Rede e a Cibercultura: dialogando com o pensamento de Manuel Castells e de Pierre Lévy na era das novas tecnologias de Informação. Maio/2009. N°. 5. Revista Eletrônica Temática.

*Por Karine Silva Borges Prudêncio, acadêmica de Bacharel em Jornalismo na Universidade do Estado de Mato Grosso –UNEMAT.

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