Alunos da
Unemat de Alto Araguaia reclamam que a queda do PIB e inflação têm prejudicado
seus desempenhos em sala de aula
Crise assusta estudantes em Alto Araguaia |
Em Alto Araguaia
cidade a 417km de Cuiabá, os estudantes que nasceram e os que se mudaram
de outras regiões do Brasil para estudar no município estão reclamando da crise
política e econômica que o país está enfrentando desde o ano passado. Segundo
eles, a crise é um fato real e pode atrapalhar inclusive no desempenho
educacional.
A discente de jornalismo, Karoline
Benicio Gonçalves, 20, reclama da constante mudança de preços dos produtos
básicos para sua alimentação nos supermercados.
Sua renda é referente à bolsa de formação de células
cooperativas – FOCCO da universidade. A jovem afirma que quando se mudou
para a cidade, cerca de um ano e meio, não passava por dificuldades financeiras.
“Hoje, uma simples ida ao mercado mostra que a situação está cada vez mais
preocupante, já que o mesmo dinheiro que pagava quase toda sua compra do mês,
agora só dá para três sacolas de produtos”, salienta a futura Jornalista.
A estudante de Ciência da
Computação, Naiara Borges David, 20, acredita que a crise tão falada e
noticiada, afeta de empresas a universitários. “Experiências do dia a dia
mostram isso. Está muito complicado sobreviver, sobretudo porque não tenho
emprego fixo”, disse.
Para tentar superar o atual momento,
a aluna do 3° semestre até começou a vender lanche natural no campus. “Meses
depois, infelizmente, tive que parar, pois não estava dando retorno. Nesses
dias, ser autônoma e ser sustentar ao mesmo tempo em que estuda anda difícil.
Além disso, não há criatividade empreendedora que resista”, lamenta.
De acordo com dados do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2015, o Brasil, teve queda
de 3,8% no Produto Interno Bruto (PIB), que representa a soma, em valores
monetários, de todos os bens e serviços finais produzido pelo país. O
resultado, conforme relatório do instituto, é o pior da série histórica das
Contas Nacionais , iniciada em 1996.
E as análises não são nada
animadoras. Conforme a percepção de economistas do mercado financeiro ouvidos
pelo Banco Central (BC), a economia brasileira vai demorar para se recuperar. O
mercado vê o dólar em torno de R$ 4 até 2019.
Ainda segundo pesquisa do BC com mais
de 100 instituições financeiras, o PIB de 2016 terá retração de 1,20%. A
previsão é de um retorno ao campo positivo somente em 2017 (+1%), avançando
para 2% de alta em 2018. “Esperamos que todo esse cenário se modifique. Não
queremos sair prejudicados academicamente. Além de viver dignamente, queremos
produzir pesquisas e voltar a ter disposição para estudar”, finaliza Karoline
Benicio.
Kaio Henrique
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